sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O mar


Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!...
Sempre que me aproximo desse colosso que é o mar, recordo este poema, que acho uma prenda que nos deixou o nosso grande poeta Fernando Pessoa.
Também a mim o mar me diz muito. É meu vizinho há já alguns anos e sei quando está calmo ou irritado. O troar das suas ondas é esclarecedor, a atracção que sinto por ele é merecida, o «diálogo» que travamos é vivo e forte, interactivo e às vezes sereno e apaziguador. É meu confidente, o mar. É um amigo de eleição, ouve-me durante as longas caminhadas sem se cansar, às vezes ruge zangado mas rapidamente volta a serenar. Dá-me a música emitida pelas gaivotas, que ao mesmo tempo se exibem, bamboleando as suas longas asas.           
Recebe-me a todas as horas, ouve-me e não pede nada em troca.
Bem-hajas, mar, pela tua presença, já aqui mesmo ao lado.
Abraço.    

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