domingo, 11 de setembro de 2011

A procissão












Não, não estou a falar da procissão de João Villaret
Aquele grande declamador que deu a conhecer os poemas de Fernando Pessoa e outros.
Nem tão pouco das procissões de aldeia em dias de festa.
A procissão a que me refiro, foi uma procissão para mim inesperada e diferente.
Ao observar mais uma vez a paisagem que me rodeava naquele passeio bem junto ao mar, vinha de regresso da pesca um barco grande.
Vinha deslizando nas águas mansas e dirigia-se ao cais.
A acompanhá-lo, em entusiasmada gritaria, vinha em bando um sem número de gaivotas.
Um manto branco ondulante e muito longo serpenteava num bailado ritmado e permanente.
Foi um trajecto esvoaçante e belo.
Os voos picados realizados e o regresso ao bailado foram um espectáculo de autêntica beleza.
Todo o peixe que lhes era lançado ao mar era imediatamente devorado.
O barco atracou.
Restou um manto branco que preenchia uma grande extensão de mar.
Ficou a certeza da grande cumplicidade entre gaivotas e pescadores.
Suas únicas companheiras de alto mar.
A solidão também tem as suas compensações.
        
Que bom que este espectáculo me tenha sido oferecido 

Abraço.

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