sábado, 3 de setembro de 2011

Será que não tem dentes?














Bom, que o tempo não está para graças –  isso todos sabemos.
Que o senhor Ministro das Finanças, de cada vez que se nos dirige, tem que manter a compostura, a autoridade de quem impõe e quer distância do povinho esbanjador, até compreendo.
O momento tem que ser levado muito a sério, ele não pode andar a mostrar os dentes. Não foi para isso que o foram buscar a Bruxelas.
Castigar é preciso, para que este povinho metido a gente rica sem ter onde cair morta, aprenda a não sair dos carris outra vez.
Que mostre aquele ar sisudo de quem não dá confiança, tudo bem.
Já bastam as horas de sono que já perdeu a dar voltas à matemática, para arranjar dinheiro para quem não o merece.
Já bastam as olheiras cada vez mais acentuadas de sua excelência!
E sabe Deus o esforço que ele faz para manter a calma!
Aquela voz monocórdica e as sílabas mais ou menos soletradas, devem dar-lhe um trabalhão a ensaiar!...
Mas, cá para mim, podia ao menos, de vez em quando, esboçar um sorrisinho, mostrar ao menos um, um dente!...
Mas também entendo que o que lhe apeteceria mesmo era mandar dois palavrões, tipo carroceiro, sem ofensa para o senhor, coitado, que parece ser uma criatura educada – provavelmente lá nas mais conceituadas faculdades nos Estados Unidos ou similares!... Muita paciência ele tem para aturar tanto troglodita esbanjador!...tadinho, nas ralações em que o meteram.
Mas não, sua excelência sacrifica-se mesmo.
Não está é para mostrar nem um dente a quem não merece, olha…
Até já pensei só cá para mim:
– Será que não os tem?
Isto às vezes há coisas!
E sorrir assim, ficava feio, um senhor da sua importância…
Mas depois também pensei:
– Não, se não, não morderia os nossos pescocinhos assim, tão perfeitinho!...

Pronto.
É deixar sua excelência concentrado.
Só quem não percebe é que não vê que ele não se poupa a esforços.
Cambada de alambazados!...

Abraço, senhor Ministro, e obrigadinha.

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