Apesar da chuva, aproveitei um intervalo e fui ao mar.
Estava só e crispado, o mar.
Apenas uma gaivota em pé como que em êxtase, admirada.
As águas em rebuliço estavam turvas.
Espumavam uma espuma meio castanha.
Chegavam envolvidas em detritos, que depositavam na areia
lavada pela chuva.
Trazidas do fundo do mar eram expostas, para vergonha do
Homem que as depositou lá.
Os Homens.
Eles e a sua inconsciência encarregam-se de poluir o que de
tão belo, grandioso e rico temos.
Contrastes.
O belo e o horrível.
Choca e faz pensar.
Dos campos em redor, surgia a correr um rio que cantava e
levava à sua frente tudo o que encontrava.
Dirigia-se ao mar – que o recebeu como se já o conhecesse.
As terras, prenhes de água, esperam pelos dias de sol que a
primavera está a dever.
A chuva, essa, continua a cair copiosamente.
Vim para casa com o peito cheio de iodo e ar puro.
O resto são imagens que ficam.
Abraço.
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