Um reduto também pode ser um largo airoso, onde normalmente convivem
os residentes de um qualquer local.
Normalmente é também o sítio onde se comemoram tradições,
que ao longo do ano vão acontecendo.
Estes redutos de que vou falar hoje não têm nada a ver com
aqueles que referi.
Estes referem-se ao local onde quase todos vamos parar,
quando já não nos bastamos a nós próprios.
Aquilo que eu designo de último reduto.
Os lares de idosos.
Estes espaços, ao invés de serem locais de diversão e
convívio saudável, são lugares de repouso, de algumas lágrimas e sofrimento.
Onde profissionais preparados, técnicos ou não, se dedicam de
corpo e alma a quem mais precisa.
Acreditamos que com afecto, com dedicação e com a ternura
que a situação exige.
Os lares são o último reduto.
O reduto que encaminha quem já tanto viveu – e muitas vezes
sofreu – para o fim.
É difícil encarar com frontalidade e a frio esta situação.
Quanto a mim, é difícil mas é necessário.
Penso que só assim poderemos travar a tentação de dar
passagem a faltas de paciência e ao enfado na relação com o idoso.
Sabemos que falhar é humano e os humanos têm as suas falhas.
Todos sabemos que a recta final de uma vida não é fácil.
Também todos sabemos que ser idoso nem sempre é simpático a todos.
Principalmente quando ainda não se pensou neste assunto com
realismo.
Os idosos são muitas vezes vítimas de descargas do mau humor
de quem os trata.
Principalmente quando não há formação nem sensibilidade.
Ser profissional nesta área não é fácil.
Uma palavra de apreço e apoio para quem se esforça e põe o
seu profissionalismo como exemplo.
Um abraço para todos os idosos e para os profissionais que
se entregam ao serviço dos que tanto precisam.
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