Esta saga triste da Casa Pia constrange-me sempre que penso
nela.
Ontem ao ver um dos protagonistas entregar-se, não pude
evitar um sentimento de revolta, misturado com pena.
Revolta por ver até que ponto o ser humano pode chegar.
Um profissional de proa, ali, de rastos perante o Mundo.
Uma filha que chora pelo seu «herói».
Outra, ainda pequena, certamente confusa, insegura e
espantada, ainda que não o demonstre.
Não tem idade para entender a profundidade e o porquê da
coisa.
Só mais tarde se dará conta da gravidade e da perversidade
da questão.
E depois?
Funcionará uma atitude de negação?
Para sua defesa, achará que o seu pai, o seu modelo, nunca seria
capaz?
Ou mete a cabeça no assunto, revolve tudo, e iniciará um
processo de revolta sem retorno?
Uma destas duas coisas, irá acontecer.
Que seja o que a fizer sentir-se melhor.
Para mim, ficará sempre uma dúvida no ar.
Será que a justiça está a ser justa mesmo?
Será que alguém está a ser injustiçado?
É difícil aceitar que pessoas altamente responsáveis e bons
profissionais desçam tão baixo.
Um deles então, era um ídolo da comunicação!
Um profissional de alto gabarito!
Logo no início, recusei-me a acreditar.
Mas… se, depois de tantas voltas, a conclusão é a de que há
culpa, somos quase obrigados a acreditar.
Como se consegue enganar tanta gente?
Como se consegue destruir o prestígio e a honorabilidade de uma vida e de uma
família?
Será que o ser humano é mesmo um bicho mau por natureza, com
um invólucro a disfarçar?
Todo este processo é mau de mais e retira a vontade de confiar.
Abraço.
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