domingo, 26 de maio de 2013

Tão distante e tão perto


   
Foto de J.L.Gouveia, «Viver Casteleiro»


Li uma pequena crónica no blogue «Viver Casteleiro», que pode ver aqui, e que me agradou muito.
Pela sensibilidade, pela oportunidade e pela capacidade de observação.
Acompanhavam a narrativa duas fotos que registaram duas casas.
O antes e o depois.
Duas realidades tão diferentes e tão distantes!
Reparar e pôr em paralelo aquelas duas imagens, também exigiu uma observação interessada e atenta.

Tive alguma dificuldade em identificar as casas.
Tal é a diferença e a distância!  
Não me situei logo.
Tive que procurar no meu «arquivo».
Logo que encontrei, tenho de confessar que aquelas imagens me impressionaram.
Como está longe aquele tempo!
Como tudo mudou e como tudo é tão relativo!
Subi centenas de vezes os degraus da velha casa.
Era lá que os meus vestidos de menina eram feitos com mestria, pela senhora Maria Augusta.
Nessa altura olhava para aquela casa e achava que, perante outras que a rodeavam, até era uma casinha cuidada e com alguma dignidade.
Hoje, ao lado daquela outra nova e de traços aculturados, é apenas um pequeno casebre, provavelmente ao abandono, como tantas outras no interior do País.
Apesar de me ter deliciado como que li e observei, fiquei com um sabor amargo e nostálgico.

E, nostalgia por nostalgia, foi inevitável em mim outra recordação: quando, após dois anos de guerra em Cabinda, logo após o 25 de Abril, regressei ao Casteleiro, tudo me parecia tão minúsculo, tão acanhado… comparado com a imensidão das paisagens africanas…

Como tudo é relativo!
Como estou distante no tempo!
Como a minha juventude está longe!...

É a realidade a falar.


Abraço.

2 comentários:

  1. A distância da linha temporal diminui quando a saudade que temos das pessoas e das coisas aumenta.

    JLG

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