segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ventos cruzados












Só a palavra vento já me soa a tempo desagradável.
O som, esse, é-me mais simpático.
Isso, se estiver recolhida e tranquila quanto aos efeitos.
O pior é quando temos que ir para a rua e nos deparamos com o fenómeno!
Aqui onde moro, acontece de vez em quando um cruzamento endiabrado.
Cruza-se o vento do mar do Cabo Espichel com o da serra da Arrábida e é um encontro que faz faísca.
Eles, os ventos, não se entendem mesmo.
Vão de encontro um ao outro, e é uma luta que não é agradável e às vezes é forte. Vociferam, batem-se como se de gente deseducada se tratasse.
Levam pelos ares a terra do chão, vergam os inofensivos ramos das árvores, revolvem os cabelos de quem os tem.
Enfim.
O melhor é ver os efeitos atrás de uma vidraça protectora e deixá-los resolver a contenda.
É assim quando estes dois agentes decidem aparecer.
Vale o sossego do canto aquecido que me calhou em sorte.
Desfrutar dele nestes dias, parece que ainda sabe melhor.

Abraço. 

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