quinta-feira, 10 de março de 2011

O mar impõe-se




Hoje de manhã ao acordar, ouvi lá longe um ruído forte e inconfundível.
Era o meu vizinho mar.
Aquela imensurável quantidade de água agitava-se e batia forte na areia que, pacientemente, o aceitava e devolvia.
Pum… pum… pum…
Senti um impulso e fui visitá-lo.
Não era a primeira vez que o fazia.
Gosto da imagem, do som e do ambiente de calma que se vive ali.
Estava sozinho o mar.
Era cedo e inverno, não era convidativo.
Durante esta época mais agreste, às vezes até as gaivotas suas amigas se ausentam.
Ele tão solicitado, desejado e necessário à vida, encontrava-se orgulhosamente só.
Fiquei a contemplá-lo e a pensar como era poderoso aquele colosso.
Uma força da natureza.
Que dá alegria.
Que dá força.
Que dá riqueza.
E lágrimas também.
Que rouba, que não devolve.
Que é cruel e frio, mas também é manso quando quer.
Acolhedor e sereno.
Como compreender este mar?
Um incompreensível fenómeno.
A praia transbordava.
Ele pareceu-me seguro do seu papel.
Não creio que se sinta solitário.
Está recheado de vida e de movimento.
Bem-hajas, mar, por existires.      

Abraço.

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