sábado, 1 de outubro de 2011

Cargas















As aulas já começaram.
Desejadas por uns, e talvez nem tanto por outros.
Todos lá terão as suas razões.
Este ano tive a oportunidade de observar de muito perto as duas situações.
Crianças desamparadas a passar as suas férias sozinhas e entregues a elas próprias – e com o estômago meio vazio.
Entediadas, desocupadas e sem o mínimo de atenção por parte dos pais que trabalharam de sol-a-sol.
Essas, cansaram-se rapidamente das férias.
«Quero que o tempo passe, tenho saudades da escola». 
Enquanto outras, bem estruturadas, com apoios e ocupações agradáveis, fizeram das férias um momento de descanso e prazer.
Pois é.
Nem todos têm a mesma sorte.
A sorte e o azar existem desde sempre.
A verdade é que, quer vão felizes, ou nem tanto, lá vão todos já a caminho das tarefas que os vão ocupar até Julho do ano que vem.
É de referir que estas crianças, e refiro-me aos mais jovens, têm uma outra tarefa igualmente intensa e grande.
É de cair o queixo.
O transporte da mochila com os apetrechos todos necessários para o dia.
Penso que não haveria coluna de adulto que aguentasse, quanto mais uma coluna ainda em formação, de crianças de dez, onze anos.
Corre-se o risco de, daqui a uns tempos, termos um país de corcundas.
É de referir ainda que para estas crianças o dia começa às sete da manhã e para a maioria acaba às oito.
Isto, se não tiverem actividades extra-curriculares!...
Não admira que os afectos passem ao lado de toda esta sociedade de gente tão ocupada e distraída!...
 
Devo ser eu que vivo noutro mundo... só meu?
Em vias de extinção talvez!...

Abraço.

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