domingo, 9 de outubro de 2011

Contactos











Quando o primeiro contacto com alguém corre bem, tudo pode ser diferente.
Torna muito mais fáceis os acontecimentos que daí poderão decorrer.
A empatia é necessária para que as relações funcionem da melhor forma.
No centro de fisioterapia onde tenho sido atendida, foi isso que aconteceu.
Fui recebida de uma forma simpática e disponível.
Isso e o bom profissionalismo, têm dado resultados positivos.
Depois, o contacto que tenho tido com os idosos que também ali são atendidos, tem sido mais uma lição de vida.
Uns que mais ou menos já desistiram da vida, outros confusos e sem rumo.
Ainda outros que, embora derrotados pelos desgostos que a vida lhes trouxe, estão ainda assim lúcidos e revelam valores escondidos que nunca serão reconhecidos (?).
Todos me merecem um grande respeito.
Todos têm estórias de vida que recordam e os transportam ao passado que viveram e já não volta.
Às vezes com um sorriso nos lábios, outras de lágrimas nos olhitos demasiado tristes e sem vida.
Todos eles, uns mais fáceis, outros à deriva e difíceis de controlar, precisam de apoio paciente e de muito afecto na relação.
Esta é também uma profissão que obriga a não esquecer a paciência em casa.
E a ternura, a compreensão e o empenho – tudo é pouco para que estas pessoas se sintam bem e, na medida do possível, de alguma forma, compensadas.
O profissionalismo tem que ser levado ao limite.
Na minha opinião, estes profissionais deveriam ter mais apoios para poderem compreender, ajudar e não desistir de exercer a sua profissão que é exigente e imensa.
Tanto quanto conheço, isto não acontece.
As trabalhadoras fazem o melhor que sabem e podem e às vezes não chega.
Saio de lá quase sempre com a sensação de que, apesar do que se faz, seria preciso fazer mais e melhor ainda.

Os nossos idosos merecem passar os últimos dias das suas vidas com a maior dignidade possível.

Abraço.

Nota
Trata-se de uma IPSS que dispõe de hospital de rectaguarda para idosos.

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