quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A chuva e o vento












Lá fora, o vento assobia e fustiga a chuva que, raivosa, cai sem dó.
Depois de tanto tempo ausente, parece querer vingar-se.
O céu, esse, está sisudo.
Não dá confiança, mantém-se neutro, a sua cor cinza não convida a festas.
Gosto de ver esta luta, aqui do meu posto de observação, donde vejo os ramos pendentes que não param e suportam esta batalha renhida.
Já tinha saudades deste espectáculo da Natureza.
Que pode e avança a seu bel-prazer.
Desde que não abuse, é bonito de ver este poder, esta determinação que nenhum homem domina.
O frio é que se mantém afastado desta contenda.
Não quer confusões.
Quando se aproximar, precisa de espaço.
Precisa que todos nos perfilemos encasacados e meio encolhidos, em sinal de respeito.
É assim que o Outono finalmente se vai mostrando.
O Inverno espreita de longe.
Por mim, gosto do que vejo.
Este tempo é o ideal para o recolhimento que me sabe sempre bem.
Posso parecer egoísta, mas também eu já suportei muitos dias de frio, vendaval e chuva.
Nunca deixei de estar presente.
Levei sempre muito a sério as minhas obrigações.

Abraço.  

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