terça-feira, 11 de outubro de 2011

O manto branco


















Um «manto» branco estendia-se ao longo da praia.
Visto de longe, sugeria um movimento ligeiro, que mal se notava.
De repente, aquele manto agitou-se.
Voou ondulante rente ao mar e precipitou-se para um pequeno barco que
chegava com a rede prenhe de peixe.
Aquele manto feito gaivotas começou a desfazer-se.
Um ruído zum!... fez-se ouvir em uníssono, acompanhado de um piar multiplicado por milhares de vozes impacientes e ansiosas de alimento.
Sem exagero, eram mesmo milhares de gaivotas.
Poucas vezes visto, segundo os pescadores habituados àquelas lides diárias.
Um espectáculo bonito de se ver, aquele bailado acompanhado de música que mais parecia música de instrumentos misteriosos e desconhecidos.
O sol despedia-se, enquanto mirava já meio escondido, o jantar daquelas gaivotas bailarinas e cantoras, executado com mestria.
A praia, despida de banhistas naquele fim de tarde de Outono que mais parecia de verão, despedia-se dos poucos presentes, felizes depois dum espectáculo quase inédito.
Estou cada vez mais convencida de que viver à beira-mar é ser surpreendido a qualquer momento.
Gosto de ser surpreendida.
Gosto de quebrar a rotina.

Abraço.    

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