sábado, 5 de novembro de 2011

Horizonte aberto












Numa tarde de sol frio e mais ou menos envergonhado, ali estava eu no habitáculo pequeno do meu Toyota Yaris, que comprei há sete anos e paguei com o fruto do meu trabalho.
Ali.
Com uma perspectiva única e rara, de olhos postos no mar que se confundia com a linha do horizonte.
Para completar o cenário, ouvia pela enésima vez um C D de música cigana.
Baixinho, como convinha no momento.
Não fosse a música alterar a tranquilidade do cenário e do local.
E a minha, que era muita.
O sol esforçava-se por furar as nuvens grossas e por acaso muito belas, que teimavam em o ofuscar.
As nuvens venceram a batalha, com o beneplácito do arco-íris, que fez questão de aparecer também.
Não é para admirar, o sol já reinou muito este ano.
Só houve um senão.
O vento, que não gosta de ser confrontado, deu também o ar da sua graça.
Rugia a sério.
O carrito, que por acaso estava ao cimo de uma ravina, de vez em quando abanava!
Pensei:
- Não quero acabar assim, aos trambolhões até ao mar.
Já fui demasiado feliz aqui.
Venceu o bom senso.
Saí.
Fui procurar o aconchego da lareira, que nestes dias também me conforta muito.
Quase me faz esquecer a crise.

Crise?

Só para alguns.
Abraço.

Sem comentários:

Enviar um comentário