segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Gasparzinho












Era uma vez um menino, que vivia num país longínquo, numa torre de marfim.
Vivia feliz no seu mundo de sonho e sem dificuldades aparentes.
Esse menino que tinha fama de menino-prodígio, era o Gasparzinho.
Um belo dia, o pobre do Gasparzinho, foi perturbado na sua vida de harmonia e descontracção.
Com características de líder sabichão, foi chamado a ajudar a apagar um «incêndio».
Só uma sumidade como ele estaria à altura.
Coitado do Gasparzinho.
Não teve como dizer não.
Largou tudo e partiu.
A situação que encontrou não foi de modo nenhum animadora.
Achou mesmo que era catastrófica.
Recolheu-se para pensar.
Era responsabilidade a mais para um menino assim, mimado e protegido como ele.
Mas o Gasparzinho era um génio.
Não podia falhar.
Depois de analisar a situação, muito acabrunhado, sentenciou.
O problema… é que… há… muitos… preguiçosos… neste país!
Este… incêndio… deflagrou…, porque… ninguém… mexeu… uma… palha… para o… evitar!
Com o semblante cada vez mais carregado, sem levantar os olhos dos papéis, com umas olheiras que mais pareciam as canalizações da Baixa, disse:
- E-s-t-e   p-a-í-s   v-a-i   a-r-d-e-r    m-e-s-m-o.
N-ã-o   h-á   c-o-m-o  c-o-n-t-r-o-l-a-r   e-s-t-e   i-n-c-ê-n-d-i-o.
Coitado do Gasparzinho, mais parecia um «robot» encravado e ao ralenti…
Para ouvi-lo, era preciso engolir uma dose de paciência do tamanho do mundo!...

Ouve quem desistisse do discurso.
Às urtigas a inteligência do menino-prodígio.

E o Gasparzinho lá ficou… P-a-t-a-ti…p-a-t-a-t-a…

Que saudades da torre de marfim!... – terá pensado.

Abraço.

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