Hoje foi dia de reclusão.
Acordei de manhã ao som do ribombar de trovões ensurdecedores e de uma chuva torrencial que quase fazia fumo.
Saltei da cama meio atordoada, abri o estore e observei o temporal.
Para ser franca, a coisa impunha respeito.
Voltei para a cama e, aconchegada no edredão, assisti a mais um espectáculo com que a Natureza de vez enquando nos presenteia.
Lá fora, na rua deserta, a luta era feroz.
A trovoada era violenta.
Vinha do Cabo Espichel e, quando é assim, fia fino.
Foi uma manhã de preguicite boa e morna.
Ficaram para trás os projectos da rotina diária.
Apesar de tudo, foi um dia diferente.
Melancólico mas tranquilo.
De vez em quando, é preciso esquecer a vida que vai lá fora.
Está demasiado feia e complicada.
A reclusão pode ser um intervalo na trapalhada.
Abraço.
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