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A chama da lareira e o seu crepitar, sempre me encantaram.
É bonito o efeito que se cria naquele habitáculo.
O som surdo e constante da chama traz-me uma sensação de paz e de conforto.
O fogo quente e aconchegante descontrai-me.
Vejo nele uma agradável companhia.
As noites longas de Inverno tornam-se uma forma agradável de repousar.
Remetem-me à minha aldeia e aos serões que eram aproveitados para ouvir os mais velhos a contar as suas estórias, que me prendiam às suas palavras sábias e conhecedoras da vida.
Nesse tempo os mais velhos ainda mereciam o respeito dos mais novos.
A sua sabedoria era recebida com agrado e quase admiração.
Adorava aqueles serões quentes.
De calor físico e, mais importante ainda, humano.
Era com o coração cheio de afecto que, depois de algumas horas de convívio, nos despedíamos até amanhã.
O dia era passado na expectativa do próximo encontro.
Roda mais ou menos alargada, conforme os que compareciam.
A lareira era a figura principal.
Por vezes, tal era o calor que imanava, obrigava os presentes a alargarem ainda mais a roda.
Tempos bonitos e inesquecíveis.
Em que a amizade era a rainha.
Que saudades!
Abraço.
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