Hoje lembrei-me de um Homem que, quanto a mim e a muita gente, era um gigante da escrita.
Chamava-se Manuel Nunes da Fonseca, mais conhecido por Mário
Castrim.
Imediatamente a seguir ao vinte e cinco de Abril e durante
largos anos, fez crítica de televisão.
Passava horas e horas em frente do pequeno ecrã, a ver,
ouvir e observar, tudo o que nele se passava.
O resultado era uma crónica diária em que ele dava «pancada»
brava em tudo o que quanto a ele, não tinha qualidade.
Também aconselhava quando achava que se justificava.
Ficou conhecido pelo seu valor.
Era um crítico invulgar.
Exigente, sarcástico e com um espírito de humor invejável.
As suas crónicas eram esperadas com entusiasmo e, sôfrega e
obrigatoriamente lidas.
Eram crónicas muito fortes, muito completas e que davam vida
ou poderiam matar qualquer programa de televisão.
Era um crítico muito respeitado e temido.
O seu rigor metia respeito.
Ensinou muito aos jovens daquele tempo (eu incluída), que
estivessem interessados em aprender.
A crítica era sempre didáctica embora dura.
Era irónico e mordaz.
Tinha um espírito de humor que nos deixava, muitas vezes, a
rir a bandeiras despregadas.
A palavra dele era lei.
Foi uma grande figura que deixou saudades.
Tenho a certeza que se viesse ao mundo e visse e ouvisse o
que se passa hoje, a sua ira seria tão grande, que teria uma apoplexia, que o
levaria de volta.
Amava o bom português e a competência de quem se servia dos
meios de comunicação.
As conversas em casa dele eram aulas.
Grande Mário Castrim, como sentimos a tua falta.
Abraço
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