Estação de televisão SIC.
Cheira-me a cravos!...
Ah! Vinte e cinco de Abril..
Trinta e oito anos!
Alegria, união, sintonia, Liberdade!...
Bebi aquelas imagens.
Distantes, mas presentes no meu coração.
Um pouco de nostalgia, apenas e sempre...
Alguma frustração.
Não assisti àquele momento histórico.
Estava com o meu marido que andava de arma na mão em
Cabinda.
Nós dois!
Quase crianças, no início das nossas vidas, a combater «os
turras»!
Meu Deus que heresia!...
E o futuro a fugir...
E o vinte e cinco de Abril a acontecer.
E nós na ignorância.
Na expectativa...
Chegaram rumores.
O que será?
E os corações, … pum, pum.
Foi verdade.
O país que deixámos amordaçado e silenciado estava a mexer e
falava, falava, gritava de alegria.
E nós não vimos, não fomos presenteados.
Tivemos que concretizar a tarefa.
A tarefa que nos impuseram os que se serviam dela para
viver.
Lá estávamos nós, distantes, com saudades e ansiosos.
As imagens que a SIC passou prenderam-me.
Acontece-me sempre.
Coração apertado e…nostálgica!
Tanta pena!
Agora, o cravo está murcho.
Mas ainda cheira.
Já distante e… tão presente!
Vinte e cinco de Abril.
Ingénuo, idealista, mas com a coragem dos bravos.
Que, em paz nos trouxeram a liberdade.
É claro que valeu a pena.
Abraço.
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