segunda-feira, 16 de abril de 2012

Medos




















Só quando muito criança, experimentei os medos normais das crianças.

Tinha medo que acabasse o Mundo.
Rezava para que isso não acontecesse.
Tinha medo que à noite, na parede do meu quarto, aparecessem monstros.
Logo que me apagavam a luz, era um pavor.
Tiveram comigo alguns problemas por causa disso.
Tinha medo que os meus pais morressem.
Eu própria, tinha medo de morrer.

Rezava, rezava, para que isso não acontecesse.

Hoje, à distância, muitas vezes já me diverti com estas lembranças.
Não aconteceu nada de anormal comigo, todas as crianças têm os seus medos.

Com o crescimento e com o que o que fui vivendo e aprendendo, todos os medos foram racionalizados e se esfumaram no tempo.
Se alguma dúvida me restasse, os vários episódios com que a vida me tem presenteado são esclarecedores.

Às vezes é preciso sermos postos à prova para que aprendamos a crescer.

Fiz o meu tirocínio em Buco-Zau, Cabinda, quando estive com o meu marido na guerra.
Aí, valeu tudo.
Vim de lá mais adulta e artilhada para a vida.

Não me assusto com qualquer coisa.

Só com a falta de valores.

Abraço.

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