Esta era uma das fábulas que eu uma vez por outra, contava
às minhas crianças no infantário.
Por acaso nunca lhe achei grande piada.
É uma fábula moralista, que pode levar a pensar que a vida
deve constar só de trabalho.
Que tudo o que seja divertimento é negativo.
Está patente a distinção entre umas e outras.
As cigarras, rotuladas de preguiçosas e as formigas, as que
nunca param, são as salvadoras da pátria.
Nunca nutri grande simpatia por fábulas ou histórias deste
género.
Nunca esperei foi ver um ministro do nosso governo fazer
referência a esta fábula num discurso seu!
Pensei:
- Olha, pelo menos por esta vez, está a ver bem.
Somos todos um grande grupo de formiguinhas, que esteve
demasiado envolvido com o trabalho e distraído a ouvir o canto das cigarras,
que têm vivido à nossa custa!
Pelos vistos o cântico tem sido mesmo de embalar!
De tal modo que nos adormeceu.
O ministro, estava a dizer bem.
É preciso espantar as cigarras.
Não temos que andar a sustentar parasitas.
Só o que o que ele disse foi o contrário: que somos todos
umas cigarras e ele e mais meia dúzia são as formigas.
Aí mostra quem é e estraga tudo.
Abraço.
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