segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cão mistério?


















Era o meu primeiro dia de férias.
O mar, de águas azuis e calmas, convidava a entrar.
Havia pé até bem longe e entrei sem perigo.
Afastei-me um pouco mais do que o costume.
Estava a saber-me bem retemperar forças.
Libertar o stress.
Ao olhar a margem, vi dirigir-se a mim um cão de grande porte.
Um cão lindo.
Pude ver que era um Labrador preto que nadava decidido em direcção a mim.
Pelo luzidio, lencinho vermelho ao pescoço, vaidoso e com um objectivo.
Achei piada e chamei-o com um gesto.
Ia ter companhia.
Espanto.
O Labrador preto, de lencinho vermelho ao pescoço, foi ter comigo, sim, mas brincadeira foi o que ele não quis.
Na sua perspectiva eu estaria em perigo e ele sentia o dever de me ajudar.
Deitou-me as mandíbulas fortes ao braço e puxou decidido.
Sem diálogo.
Tive que obedecer.
Sentia o meu braço apertadíssimo, mas era de aguentar, pronto.
Só me largou já na areia.
Ofegante, olhou para mim satisfeito.
Missão cumprida.
Olhei o meu braço dorido e a começar a inchar.
Tive que sair da praia a correr.
Havia que tratar do caso.
Não vi jeito dos donos por ali.
Tive-o por companhia até ao meu carro.
Arranquei e ainda me acompanhou por momentos.
Até me perder de vista.
Ao outro dia, voltei.
Procurei-o, mas nada.

Um cão mistério?
Um cão «nadador salvador»?

Um cão com um sentido de dever maior que muitos humanos.

Tive pena de não o voltar a encontrar.

Abraço.

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