quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Velho


 


Quanto a mim, esta palavra velho é sempre utilizada em sentido pejorativo.
Seja referente a pessoas ou coisas.
Quando se trata de pessoas, então, é angustiante ouvir e ver.
Nesta nossa civilização pelo menos é assim.
O idoso, a partir de certa altura, entra numa espécie de restos, de lixo vivo.
Sem valor, sem passado e sem história que interesse a alguém.
A sua história de vida fica quase sempre entalada na sua garganta e no seu coração.
A mágoa por se sentirem arrumados e sem interesse está estampada no seu rosto.
A tristeza, o desânimo e o esquecimento atiram com eles para um mundo dorido e de silêncios.
Toda a sua experiência e saber são desperdiçados, em vez de servir de ensinamento para os mais jovens.
Tenho o maior respeito pelos idosos e pelas suas histórias.
Revolta-me a falta de respeito e de amizade que constato, por parte não só das famílias, mas também das autoridades do nosso país.
Chocou-me ouvir alguém dizer, há uns tempos, que «os velhos, a partir de uma certa idade, deviam ir andando e dar o lugar aos mais jovens».
Mentalidades frias, sem afectos e desprovidas de fraternidade.
Não quero que esta seja uma sociedade de mentecaptos gelados e sem sentimentos.

Abraço.

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