Há já algum tempo, falei aqui com muita saudade e ternura,
do sótão que me serviu de casinha das bonecas na minha meninice.
Também referi de como lá fui feliz.
Pela vida fora, continuei a manter o mesmo gosto por esses
espaços.
Os sótãos, não sei explicar muito bem porquê, atraem-me.
Talvez pelo aconchego, pelo intimismo, pela maior
proximidade das estrelas?
Por ironia do destino e no fim de muitos anos, vim parar a
uma casa que tem um.
Fiquei encantada.
Os quartos de dormir foram instalados lá.
Foi uma sensação de regresso ao passado.
O sótão da minha infância está sempre presente.
Apeteceu-me hoje escrever sobre este assunto, porque acordei
de madrugada ao som de uma valente trovoada, acompanhada de chuva e vento.
Num sótão sente-se ainda com mais força o temporal.
Mas como somos racionais, também sabemos que é mais o que
parece do que o que é.
Contudo, às vezes a coisa impressiona!
Soube-me muito bem no aconchego do edredão, voltar às
sensações da minha vida de menina.
O ribombar dos trovões, as sacudidelas do vento e fustigação
da chuva nas telhas, fizeram-me voar no tempo ainda com mais saudade.
Sou sonhadora por natureza.
Peço desculpa a quem não aprecia.
Abraço.
Sem comentários:
Enviar um comentário