Não sei bem porquê, mas o lusco-fusco é para mim um momento
meio misterioso.
O sol esconde-se, a lua espreita e a noite aparece bem
devagarinho, como que para não assustar os que não gostam dela.
É nesse momento que para mim a luz tem um tom enigmático mas
bonito.
O céu começa a fechar o sorriso sorrateiramente e acaba numa
sisudez, que só desaparece com o alvorecer do dia seguinte.
Enquanto isso, a actividade diminui e nos meios rurais ouve-se
o silêncio.
Sabe bem este ambiente que passa de bulicioso a deliciosamente
intimista.
Este recato também é preciso.
Não só para retemperar forças, com também para reflectir.
Dar descanso ao físico e dar prioridade ao diálogo e
convívio familiar.
Aproveitar os momentos de mais calma para fazer o que precisa
de maior concentração.
Depois, aproveitar a noite para libertar «stress».
Arrecadar força para continuar.
O dia seguinte tem de ser recebido de cabeça fresca e leve.
Os raios solares merecem ser recebidos de sorriso aberto.
Aí, o tom da luz não deixa dúvidas.
É claro e sem reservas.
É preciso desfrutá-lo.
Ainda assim, o lusco-fusco continua misterioso.
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