quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Outono





Cinzento por natureza.
Triste para alguns.
Acolhedor para outros.
Convida à reflexão e ao recolhimento.
Às vezes somos levados ao passado.
O encontro nem sempre é pacífico.
As lembranças nem todas são agradáveis.
Neste caso, é espreitar o céu.
Reparar na luz característica desta época.
Ver as nuvens cinzentas que escondem um sol que ora espreita, ora se esconde como que envergonhado.
Reparar nas plantas que tentam resistir e se erguem felizes, exibindo a ainda beleza que lhes resta.
Ouvir os pássaros, que voam de galho em galho.
No seu piar algo lamurioso, parecem despedir-se dos dias quentes e de fartura.
Desviemos a nossa atenção para as coisas boas da vida.
Para a beleza das flores, que apesar das primeiras chuvas, continuam lindas.
Ocupemos o espírito com tarefas que nos satisfaçam.

No meu caso, escrevo.
Vou ao ginásio.
Ocupo-me com actividades manuais que me dão muito prazer.
Divirto-me com o resultado final.
Evito momentos vazios.

Este é talvez o segredo para me sentir leve e com vontade de me afirmar como pessoa activa todos os dias.
De me sentir interveniente e dinâmica.
É assim que tento passar por esses encontros mais tortuosos.
Mostrando a mim própria que há mais para alem do choradinho e do pessimismo.
Será assim, até que as capacidades físicas e psíquicas me deixarem.
Depois…depois o futuro dirá.
Até lá, é não deixar os acontecimentos vergarem-nos.

Dias de Outono.
Dias de recolhimento.
Dias de calma saborosa e boa.
Dias em que apetece deixarmo-nos embalar no berço gigante que é o Universo.

Abraço.  

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