sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ainda os convívios














Depois das osgas instaladas na nossa casa e antes de eu ter algum treino, aconteceu-me várias vezes ir à despensa buscar açúcar ou qualquer outra coisa e… ouvir os nossos amigos a rir à gargalhada com os gritos que eu dava, ao pegar na lata.
Ia ao escuro, agarrava a lata, mais a osga atrelada a ela.
Era um susto de morrer, lá ia pelos ares a lata, mais o ingrediente que tinha dentro.
Gozavam muito comigo os valentões da guerra!
Tive que me fazer esperta e não pegar em nada, antes de ver se estava livre de passageiros ou não.
Outros visitantes permanentes eram os mosquitos.
Por sorte (em alguma coisa tinha que a ter), acho que não lhes agradava o sabor do meu sangue: picavam, mas não deixavam marcas.
Havia imensos amigos e amigas, que tinham as pernas e os braços numa autêntica chaga.
Chegavam a inchar e fazer infecções.
Eram uma praga de respeito para quem não os tolerava.
Depois havia as formigas que não se faziam anunciar.
Apareciam de repente aos milhões, enormes, castanhas, em massa.
Até se ouvia o ruído que faziam ao deslocar-se. Uzz…uzz…uzz.
Anunciavam chuva e trovoada, procuravam protecção.
Ainda nos apanharam uma vez desprevenidos, mas logo alguém experiente ensinou como evitar: sal grosso, muito, à volta da casa.
Assim elas, ao aproximarem-se, cheiravam o sal e seguiam outro rumo.
Remédio santo.
Nunca mais se acabou lá em casa o saco enorme de sal.
Também havia coisas que me davam algum gozo e me deliciavam.
Mesmo em frente da nossa casa numas árvores enormes, havia alguns casais de esquilos, que logo de manhã ao sair da cama, me «roubavam» algum tempo a observá-los.
Eram uns animais deliciosos, muito divertidos que se movimentavam rápido de uma árvore para a outra, numa azáfama permanente, e conscientes das suas tarefas.
Roíam, roíam, saltavam, dando mostras de grande alegria e bem-estar.
Animais simpáticos aqueles.
Uma coisa que nunca vi e vivia apavorada com medo que me aparecesse, foram cobras e lagartos.
Parece impossível, mas aqueles répteis nunca apareceram por ali.
E se havia sítio onde se escondessem!
Já no quartel, encontraram um dia na casa das armas, uma jibóia enorme, que tiveram que matar a tiro.
Esteve na parada do quartel exposta para todos verem, eu também a vi.
Era uma espécie de troféu: 8 metros de comprimento.
O medo e o respeito por tudo o que poderia acontecer lá, era tanto que a poucos metros da nossa casa passava o rio Luali, e nunca descemos aquele caminho fiote (picada), para o visitar.
Um dia, logo no início, alguém local disse, que era frequente aparecerem por ali uns crocodilos.
Remédio santo: rio Luali, nunca.
Fiquei só curiosa...

Abraço.

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