quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Arrumei o «sótão»
















Se, antes de ter escrito sobre o assunto guerra, me tivessem perguntado se esse tema estava arquivado, eu, assim de uma forma ligeira, era capaz de dizer que… já foi há tanto tempo!...
A verdade é que apesar de já ter sido há muito tempo, estava tudo arquivado.
Arquivado mas muito bem conservado.
Diria que estava mais ou menos congelado.
Um congelamento muito bem executado.
Só aconteceu uma coisa: estava tudo num canto, bem lá no fundo.
Deu trabalho a remover mas, logo que remexido, foi saindo: devagar às vezes; outras quase mais rápido que o pensamento.
Posso dizer que houve momentos em que doeu como era inevitável, mas apesar disso, valeu a pena.
O monstro foi agarrado pelos cornos.
Tratado como merecia.
Foi uma pega necessária.
Eu própria me admirei com tanto pormenor arquivado.
Com a nitidez, com a limpidez do filme.
Como se tivesse sido ontem.
Como se não houvessem passado tantos anos.
Grande máquina o nosso cérebro, ou…grande trauma?
As duas coisa certamente.
Foi bom falar de tudo por que passámos.
É claro que não foi o fim, mas deu para rearrumar tudo de uma forma organizada.
O passado não se apaga.
Faz parte de nós, é a nossa vida, é o nosso ontem.
E nós orgulhamo-nos dele.

Abraço.

2 comentários:

  1. Escreveste várias coisas importantes, mas uma assume o que mais custa a muita gente "o passado não se apaga"!
    É bem verdade! porque ele deve estar integrado em nós, bem acomodado em todos os tipos de experiência... para que sejamos, então, "seres funcionais"!
    Parabéns pela coragem e obrigada pelas "viagens"!

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  2. Obrigada a ti, Susana, que tiveste a paciência e o interesse de me ler.
    Mais ainda: por teres a generosidade de comentar.
    Aprecio a tua vontade de conhecer outras vidas, outras realidades.
    Isso é uma forma de estar próximo, de aceitar a partilha.
    Beijinhos.

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